Depois de alguns post's mais de análise política ( e já agora remeto o leitor para a leitura do texto, anterior a este post, sobre a nova lei do tabaco e o regresso de Paulo Portas), volto à apresentação de teorias pessoais, exercitadas, com o sempre, interessante, debate de argumentos com outras pessoas. Hoje falo-vos do que chamo " Teoria do Amor", e que vem sustentar a minha ideia, da construcção do Amor, abandonando as teses que falam da " Quimica " ou da impossibilidade natural de duas pessoas poderem " juntar os trapinhos". Tenho uma ideia mais paragmática e menos subjectiva. Passo a expor então a tese, ficando a promessa, de tentativa de resposta aos comentários, pois reconheço a controvérsia que esta tese pode gerar.
A ideia geral que quero transmitir é que o " Abel " terá sempre possibilidade de vir a namorar com a " Beatriz ", e vice-versa. Não existe qualquer impossibilidade natural, de isto vir a acontecer, mesmo que o Abel diga que nunca teria nada com a Beatriz, seja por motivos físicos, psiquicos ou funcionais. Na minha opinião, qualquer pessoa do sexo masculino pode namorar com uma pessoa do sexo feminino, tal como o contrário, também se verifica. E isto porquê?
A meu ver tudo depende da escala de cada pessoa, ou seja, do que cada pessoa exige em termos temporais mas também materiais, e ao nível da prova sentimental, e o que a outra pessoa está disposta a dar, investir, lutar, trabalhar. De forma objectiva, o que uma pessoa está disposta a receber e outra pessoa esta disposta a dar. Passo a explicar, o que quero dizer, voltanto ao exemplo do Abel e da Beatriz, ainda que, deseje fazer uma nota prévia, antes de continuar a explicação. Esta teoria, ainda que vise demonstrar a possibilidade de qualquer pessoa " ter hipoteses " com qualquer pessoa, não exclui que, essas hipoteses, possam ser tão infimas, como ganhar o Euro Milhões, ou como ganhar o Euro milhões duas vezes consecutivas por exemplo. De qualquer forma, a probabilidade existe, ainda que mínima, e pode sempre ser aumentada e potenciada, dependendo dos intervenientes.
Vamos então supor, que a Beatriz diz, que necessita que o Abel lhe prove durante 3 anos a fio, uma serie de itens, para que ela perceba o amor dele, e possa então interessar-se por ele ( falarei da componente sentimental no final do texto). E aí, para além do tempo pretendido, Beatriz exige também que Abel saía do seu trabalho, compre dois presentes por dia, não tenha qualquer relação amorosa-ocasional nesse período, etc etc. Ora o que digo é que, se por caso Abel estivesse disposto a satisfazer exactamente todas as pretensões de Beatriz então teríamos reais hipoteses de ver mais um casalinho. Ora a grande dificuldade está, em primeiro lugar, conciliar as duas escalas, Beatriz e Abel estarem em sintonia, tendo que se conciliar duas escalas diferentes e duas predisposições distintas. Por outro lado, nenhum deles sabe qual a escala do outro, e pode desistir, por exemplo, a um mês do seu " objectivo" . É francamente díficil, este concilio, mas se acontecer, se um estiver disposto a ceder a condições incriveis, então existem reais possibilidades. Quantos de nós não conhecem casos, em que um rapaz diz, com aquela rapariga nunca namoraria, e ela, após meses ou anos de luta, consegue os objectivos. Para mim, esta teoria, resume-se em grande parte a uma questão de escala, não obstante, de por observação pessoal, podermos desde logo dizer que com aquele rapaz ou aquela rapariga existem 99% por cento de hipoteses e com outras pessoas 0,0000000000001% de hipoteses, por exemplo. Mas a possibilidade existe sempre.
Um bom contra-argumento seria o casamento, mas se me permite o caro leitor, penso que o posso transformar em mais um argumento. Uma aliança, não é mais, que um processo de sinalização, uma forma de expressar, que aquela pessoa, à partida, tem uma escala de dificuldade elevadíssima, mas nem assim se pode considerar impossível. Consideremos um marido, alcoolico, que espanca a mulher, lhe é infiel, e um amigo solteiro, que sempre a apoiou. Talvez ao fim de 20 anos, seja possível, esse amigo ascender à condição de marido. E mesmo que o marido não faça isso, é possivel. Mas neste caso, o que o marido fará pela mulher num dia equivalerá ao que o amigo faz em 6 ou 7 anos por exemplo. O marido tem sempre prioridade, mas se nada fizer, e se outra pessoa tudo fizer, podemos ter aqui uma situação que pode levar a uma situação de infidelidade, situação que penso, nunca ser da inteira culpa de uma pessoa, ainda que quem traia tenha uma grande parte de culpa, a meu ver, essencialmente pela questão da mentira e falta de frontalidade para finalizar a relação onde não esta contente, a pessoa traída, em muitos casos, também não procedeu da melhor forma e criou condições para que isso acontecesse.
Em suma, pretendi mostrar, que uma relação amorosa é sempre possível, na medida em que escalas de disponibilidade de dar e de receber se cruzem. Contudo, não poderia, terminar, sem fazer referência à parte sentimental, que obviamente, assume um papel fundamental na relação amorosa, na medida em que, é o amor originário ( e não o construído ) que permite uma primeira aproximação, permite um aumento drástico na escala das possibilidades de relação amorosa, e sobretudo permite a tolerância de falhas e a diminuição de exigências caprichosas. Mais, por ter aqui apontado, uma visão racional e objectiva, desta temática, não signifique que pense, que devemos agir sempre usando só o cerebro e esquecendo o coração. Não, por vezes, devemos mesmo só usar o Coração, ainda que as possibilidades de sofrermos aumentem exponencialmente, só assim, atingimos um grau de felicidade óptimo.